domingo, 17 de janeiro de 2010

A tal Ausência

Ausência bem pertinente essa
que vou mostrar a quem quiser
ler.
Vai ser longo, vai ser
entediante, mas se
quiser
saberá por que desbota
a rosa
não de Hiroshima, mas de
Curitiba.

Vazia branca, ironicamente
vermelha a tal
ausência.
Sinestéticamente audível a
cor da dor
da solidão de um amor
em rimas - simplóriamente casuais - que não seriam
necessárias se não fosse a tal
Ausência.

Verdade, mentira - não importa não
mais.
Aquelas putas, putas medíocres que
boca infernal escreveu não são
Nada.
Nada jamais me preenche
(mais).
Nada não é meu Tudo,
Meu Tudo preenche, mas no lugar dela aparece o
Nada e o Nada
não quero.O Nada é
(nada).O Nada seria só empulhação - alivio em agulhas purulentas de heroína - do meu
Tudo.

A tal Ausência me deixa
fraco e
frágil e
poético e
agora Rafael?
a festa não
apagou. a luz não
apagou. a noite não
esfriou. e o povo não
sumiu e o Nada continua
nada.

E agora
Rafael?
Seu Tudo em
tudo mostrou que você não
nasceu para
ser gauche - Tudo que não era
torto mas
formoso em cabelos
loiros de
Sol e olhos lindos de
acidez citríca e
docilidade dual.

E meu
medo não é
perder meu Tudo - por que, todos
sabem que seria de
direito que eu
perdesse, mas sim
escarrar na boca que me beija e
apedrejar na mão - nada vil - que me
afaga.

Não sou Drummond nem
Gregório de Matos nem
Augusto dos Anjos por isso
acabo dizendo que a tal
Ausência - sinônimo do Tudo - tem
nome e é
Ana Clara - sinônimo
de
amor.

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