quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

E-mail I

Bem, estou aqui no meu trabalho.
Provavelmente você só lerá isso aqui daqui alguns meses ou até anos.Não sei como estaremos ou se estaremos.
Mas, saiba, eu te amo de verdade e muito.Muito mesmo.
Não por você ser linda, não por ser maravilhosa em todos os aspectos e ser tudo aquilo que busco em uma mulher.Mas sim por que você foi a primeira e provavelmente será a única a pagar o preço de olhar lá no fundo do mar profundo que sou e enxergar através de todas as armaduras que possuo.Mais do que isso, você se arriscou a nadar em mim – fato esse que quase lhe ceifou a vida – e mudou a minha.
O que lhe direi agora você provavelmente já sabe, mas nunca ouviu-me dizer e admitir, até por que você e sua ausência me ensinaram muitas coisas, inclusive aceitar-me por quem sou de fato, não quem quero ser.
Eu não sou aquela figura maligna que gostava de parecer ser, pelo contrário.Sou bastante inocente e bom em essência.Mas, por querer ser a malignidade em pessoa, fiz tudo o que fiz.Fiz para que você achasse que sou forte, adulto e “homem” ( mau eu sabia que ser homem resume-se exatamente ao oposto, fato esse que você me ensinou)
Não sou em nada frio, mas sim inseguro.Meu medo de sofrer afasta as pessoas, não “gelo em minhas veias”.
Não sou lascivo, mas fazia tudo para que você achasse que sou viril e másculo.Na verdade, sou bastante romântico, mas o personagem que criei para suprir meus medos impediu que você visse isso.
Não sou o “ogro insensível” que aparento, mas sim extremamente sensível quanto a sentimentos que me inundam.
Não ligo nenhum um pouco para dinheiro, poder ou o que quer que seja.Mas meu único objetivo é o amor (se puder ouça “My baby takes the morning train”.É a música que descreve meu sonho de vida).
Não tenho tanta experiência quanto dizia ter.Sim, tive algumas mulheres, mas nada, nada tão profundo quanto o que tive com você.Por isso fui completamente imaturo por vezes, afinal, era tudo novidade para mim em contraposto a sua grande experiência com relacionamento.
Como eu escrevi no palíndromos, você deixou aqui um menino e faz um homem sofrer pela distância.
Você não imagina o que essas poucas semanas me fizeram.Aos meus olhos – e a de todos ao meu redor- não sou mais o mesmo.Todos perguntam onde está o antigo Rafael?Eu lhes digo que ele está aqui, porém alguns anos mais velho.
Meus olhos mudaram.Não só a expressão.Até uma nova cor surgiu.Um amarelo âmbar misturado com o natural azul.
Uma cor que surge quando estou sereno e seguro daquilo que sou e sem quaisquer conflitos em aceitar minha pífia existência.Tudo isso tem como substrato sua falta.Inevitavelmente meus olhos ficam dessa cor quando penso em você – quase todo o instante.
A experiência comprovadora disso ocorreu a algumas semanas.
Um grande amigo meu de infância acabou por beber demais.Do nada e sem motivo, ele me socou a face por duas vezes de maneira que fiquei marcado por quase duas semanas.
Normalmente, você sabe o que ocorreria.
Mas não sou mais o mesmo.
Não tive vontade de revidar.O ímpeto usual de nocauteá-lo não surgiu.
Não pude sentir outra coisa se não pena.Não encontrei motivo qualquer para me rebaixar ao nível dele, por que sei quem sou.Sei que não preciso disso.
Tudo o que fiz foi dizer com calma voz: “Quando você estiver sóbrio conversamos.”E de fato o fiz.
Ensinei-o aquilo que recentemente aprendi com você.Ensinei-o a ser humano.
Todos se assustaram com minha reação.
Quando do ocorrido, todos vieram correndo achando que eu faria o usual.Mas, o que você me deu, jamais sumirá.
Eu te amo demais, Clarinha.
Demais.
Farei de tudo em meu poder para ficarmos juntos, se assim for sua vontade.
Até dia 25/12/2015, ás 13 horas.



Com amor que jamais senti ou sentirei por outra,

Webrandtiss

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Largo da Ordem

Eu ando, para lá e para cá.Poeticamente e com meu whisky na mão eu olho o céu.Não há uma estrela sequer.Deus, eu daria muito para ver só uma estrela agora.
Cigarro na mão, olhos bem verdes.Olhos que me olham, mas não me vêem.
Os olhos, aqueles que me vêem, eu penso, estão de mim separados.
Nem sei se ela me ama.Nem sei se ela se importa.Nem sei onde ela está.
Eu ainda prefiria que ela me ligasse a ver uma estrela, penso de novo.
Mas ela não liga.Não posso deixar de pensar que não se importa.Que tem outro em meu lugar.Mas, até isso é irrelevante.Eu a amo e não é circunstancial.
Me sinto ainda mais morto por ela não poder ver o que me tornei - resultado de seus tão sacros esforços.
Ela deixou um menino, mas faz um homem sofrer.
Homem que não tem ninguém e nada.Que é vazio sem ela.
Que espera todos os dias, ao menos uma mensagem, uma ligação, um sinal.
Mas ele, nunca, nunca vem.E isso dói.

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Músicas, por vezes, falam por mim.







Help!
The Beatles
Composição: John Lennon / Paul McCartney

Help, I need somebody
Help, not just anybody
Help, you know I need someone, help!

When I was younger, so much younger than today
I never needed anybody's help in any way
But now these days are gone, I'm not so self assured
Now I find I've changed my mind and opened up the doors

Help me if you can, I'm feeling down
And I do appreciate you being round
Help me, get my feet back on the ground
Won't you please, please, help me

And now my life has changed in oh so many ways
My independence seems to vanish in the haze
But every now and then I feel so insecure
I know that I just need you like I've never done before

Help me if you can, I'm feeling down
And I do appreciate you being round
Help me, get my feet back on the ground
Won't you please, please, help me

When I was younger, so much younger than today
I never needed anybody's help in any way
But now these days are gone, I'm not so self assured
Now I find I've changed my mind and opened up the doors

Help me if you can, I'm feeling down
And I do appreciate you being round
Help me, get my feet back on the ground
Won't you please, please, help me, help me, help me, oh

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Recado

Seu Joni se foi.Talvez irá de vez, logo, por suas próprias mãos.
Está dificil.

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Se

Se me pede, cá estou.
Se me chama, vou.
Se me dói, choro.
Se grito, é vazio.
Se bebo, afogo.
Se falo, é sobre ela.
Se morro, revivo.
Se consolo, é sem sentido.
Se amo, penso.
Se me ama, espero.

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Da gênese de meus versos

Em recessos de enjôo
por excesso de mágoas (afogadas) em
álcool e em
dores que podem
nem doer.

Em vis absolutas que,
me tentam, mas,
herculano em essência, as
dispenso.

Em inebriantes uivos lupinos -
resultado cruel de ausência
inconsciente.

Em ciência de tudo não nulo,
mas anulável.

Em gritos e desesperos e dores
e medos.

Em mais garrafas e cigarros,
em solidão inútilmente
acompanhada.

Em retratos tristes de
tesouros que se foram para,
quem sabe um dia,
voltar.

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Voz muda

Recluso excelso
paradigma de dizer
grotescas blasfêmias de
inebriantes boêmios.

São canto, cantoria!-De
vozes nem tão belas, mas
bonitas.

Beleza na feiúra,
mel na injusta gênia.
Perfeição nos defeitos - bálsamo em feridas.
Felicidade na tristeza,
amor depois da briga.

Canta, canta comigo!
Mas não chore, amor meu,
hei de enviar a distância ao
jazigo.E dela ouviremos dizer:
"Amor destes tem feito mais do apenas sobrevivido"

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Naúsea

Não tenho nada,
exceto a náusea de uma
dor que
empulha o amor que não acaba-
infindável em seu ser.

E me inundo em mentiras que sei
serem ilusões lisérgicas de
coração furado e ausente de sua
parte essêncial.

Parte tal que me deixou
dádivas vitalícias de
maturidade e
humanidade e que me ensinaram,
mais que tudo e unicamente, a
amar.

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Se eu não te amasse tanto

Eu seria, sabe, como todos
e como todos me converia
ser.

Mas não seria mais do que
mentiras usuais minhas e
machucados que não saram e
ausências vazias.

Pois lhe digo, com a sinceridade que
tanto consumou você em mim que
prefiro a sua ausência e a
dor e a
solidão do que não ter
o que é meu por direito.

Prefiro essa morte viva do que
a antiga vida morta.
Prefiro ser o Lázaro de hoje
do que o Judas
de amanhã.

Prefiro o parto dolorido
do que o antigo
natimorto eterno.

Espera, espera meu amor,
a chuva passar.

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Brevilóquio poético de amor

Estas letras recheadas
de sentimentos bem sentidos não
são sobre o amor que você lê e que
vê em novelas nas garotas de programa dos
programas de tv, mas é
o realismo de admirar e desejar a
beleza da imperfeição em
defeitos que agradam e em dor
que consola por não ser
vazia.

São sobre o amor que não
entendo e que são
rapsódia nos ouvidos e
certezas incertas de
futuro feliz.
e ainda frases soltas depois
dos vários pontos finais que
você põem em sua vida.

São sobre morrer afogado e em
vislumbres de voz ou visão
reviver para amar morrer afogado de novo.

São sobre perdoar por quem
se é e
fazer quem se será e ser
tudo o que se foi.

São sobre ter um chão
que não a dor ególotra de
futilidades vãs.

São sobre sentir.

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sábado, 23 de janeiro de 2010

Poesias

Eu as criei hoje,
maravilhosas e
imponentes em seua majestade
mas, não vou mais.Não
vou dizer o vazio que
me penetra enquanto
mulheres me imploram por
serem penetradas e querem me
roubar a essência.

Mas não sabem que
a essência foi levada
junto com a lascívia em
rimas patéticas, para
Vitória da Conquista, Bahia.

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Sometimes

Esse velho jovem, fica sem palavras.
Deixo meu silêncio e Johnny Cash falarem por mim.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Angústia

O telefone toca.Como o filho da puta toca.E eu não atendo.
Não atendo porque tenho medo - e vontade - de que seja ela.
Vontade, é claro, pela falta que a doce voz me faz, pela falta que o êxtase maior do que qualquer lascívia - em encontro de corações pela voz - me faz.Mas temor e pavor de que a formosa voz venha me dizer que é, de fato, a última vez que ouvi-la-ei.E eu pressinto - talvez por apaixonado devaneio - que é ela de fato.
Como entram pessoas no msn!Puta merda!
E toda vez, quando o computador vira a madrugada aguardando-a, levanto assustado, buscado o minímo contato com minh'alma de mim separada.E nunca é ela.
Devo me acustumar.
E eu me esqueci de dizer, meu caro amigo, o motivo de minha angústia.É que eu tinha o direito a ela até o dia de hoje e isso foi-me estirpado.Estuprada minha alma em suas duas vertentes.
Mas, sabe, não farei nada contra os algozes de tal vil ardil.Nunca.
Cabem aqui as palavras milenares de um livro desprezado(sem referência para evitar julgamentos de autoridade):"Porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará."
Palavras que me consolam.

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A tal Ausência

Ausência bem pertinente essa
que vou mostrar a quem quiser
ler.
Vai ser longo, vai ser
entediante, mas se
quiser
saberá por que desbota
a rosa
não de Hiroshima, mas de
Curitiba.

Vazia branca, ironicamente
vermelha a tal
ausência.
Sinestéticamente audível a
cor da dor
da solidão de um amor
em rimas - simplóriamente casuais - que não seriam
necessárias se não fosse a tal
Ausência.

Verdade, mentira - não importa não
mais.
Aquelas putas, putas medíocres que
boca infernal escreveu não são
Nada.
Nada jamais me preenche
(mais).
Nada não é meu Tudo,
Meu Tudo preenche, mas no lugar dela aparece o
Nada e o Nada
não quero.O Nada é
(nada).O Nada seria só empulhação - alivio em agulhas purulentas de heroína - do meu
Tudo.

A tal Ausência me deixa
fraco e
frágil e
poético e
agora Rafael?
a festa não
apagou. a luz não
apagou. a noite não
esfriou. e o povo não
sumiu e o Nada continua
nada.

E agora
Rafael?
Seu Tudo em
tudo mostrou que você não
nasceu para
ser gauche - Tudo que não era
torto mas
formoso em cabelos
loiros de
Sol e olhos lindos de
acidez citríca e
docilidade dual.

E meu
medo não é
perder meu Tudo - por que, todos
sabem que seria de
direito que eu
perdesse, mas sim
escarrar na boca que me beija e
apedrejar na mão - nada vil - que me
afaga.

Não sou Drummond nem
Gregório de Matos nem
Augusto dos Anjos por isso
acabo dizendo que a tal
Ausência - sinônimo do Tudo - tem
nome e é
Ana Clara - sinônimo
de
amor.

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sábado, 16 de janeiro de 2010

Sinceros apreços

ela está numa
fazenda e eu
não estou
lá e
não me importa o que
ela faz
lá.
Me importa que
- e só que -
eu a amo mais do
que a mim e que minhas
palavras.
Hoje eu resolvi
em extrema
saudade
dizer
bem sincera(que não)mente
que eu amo mais
e que
grato sou pelo dia em
que
nasceu tal benção
eterna.
Sem delongas eclético-
poéticas,
{rapsódias (rafaelinas)}
meus parabéns a quem
brotou a humanidade
em
mim.
e a quem me deu
motivo
para
viver e
amar.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Daqueles olhos

Aqueles olhos,
aqueles cinzas-fruta e
castanhos-amor e
pretos-cuidado e
distância(s)-dolorida,
meus olhos azuis-frieza e
inverno-gelado e
lupinos-trágicos nunca mais viram.
A dor é
cadênciada como
o que você lê e
o que você lê é
o que sou.
Sou a saudade e a
dor e o
abandono e a
distância
daqueles olhos.

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Empulhação ao vazio

Sentado nas escadas
de Curitiba, não a sua
mas a minha.
Minha vida é vinho e
cigarro e
Curitiba( a minha)
comprada com dinheiro não meu.

A vida é vinho e
cigarro
e Curitiba e
beijos e
amores e
mentiras redundantes.

Na orgia eu não estou,
não me amam
e eu não amo também.

Céu rosado, autor
divagante-divergente,
naqueles dias em que se vê
o que se ecoa ao redor
e as marcas dos dentes do tempo.

É hora de ir embora?
Mais um cigarro, porra
e mais um vinho
e mais uma Curitiba
dos lábios incendiários que não quero.

Chega.
Empulhação de mais para a orgia de
Curitiba.
Só o cigarro basta.


*Repost completamente aplicável a situação.

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Wordless

Estou sem palavras.Os últimos textos foram ridículos.
Sabe quando o que se sente é condensado e doloridamente compacto?Pois é.
Mas, sabe, sou egoísta e mesquinho.Deixarei Caetano falar por mim em duas músicas.Duas músicas que são a essência de mim agora.
Quem realmente quiser saber o que se passa em mim, que veja os videos abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=hqvvq07OZHM

http://www.youtube.com/watch?v=6jpXaZhezIo

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Maldito dia

Hans era daqueles estudantes velhos.Tudo era uma bosta e sem graça.
Não pagava mais do que três reais em uma cerveja, quatro em um maço de cigarros e cinquenta pratas por um rabo.
A unica coisa que realmente gostava, era o nada.E o nada do sono.O desgraçado amava dormir.
E até isso foi tirado dele, como, porque e onde não interessam.Interessa a você, caro leitor, que ele perdeu isso.Perdeu por que não consegue mais dormir e, quando consegue, sua mente é inflada por espiritos demoníacos orgulhosos de fazerem-lhe lembrar de suas chagas e dores com sonhos horríveis sobre abandono, solidão e morte - nada que ele já não tenha, mas mesmo assim é perturbador.
Toda noite é assim.Toda noite ele olhe para a janela e o nascente sol aparece seguido de seu grito: "Maldito dia!".
Grita isso engasgado com a fumaça dos cigarros em excesso e com cerveja entre os lábios de maneira que, dificilmente, quem quer que controle o nascer do sol vá mesmo entender algum dia.
Não importa para Hans, sabe?Ele está acustumado com isso.Acustumado com a solidão, com a tristeza.O real problema é a dor - e o "nada" que dele é tirado.
A impotência de resolver o que lhe mata causa naúseas terríveis e atacam-lhe o já destruído estômago por anos de álcool e cigarros.
Tudo, tudo o que aquele pobre cão pode fazer é enfiar a cara no chão que não é dele e gritar.
Pobre miserável.
A vida é uma merda não?

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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Daquele lobo lá

Nós haviamos crescido juntos, eu e ele.Desde os meus primeiros passos e primeiros uivos dele.Era até belo sabe?Quase como uma simbiose.E as pessoas adoravam.Adoravam nossos ardis bem arquitetados e nossas mentiras viciantes.
Eramos bons na arte de atrair.
Lembro-me dos risos orgásmicos que dávamos quando ouvíamos acerca do "amor" ou da "honestidade" - sabíamos ganhar muito mais ao nosso modo, logo, isso tudo era fraqueza.
Até que meu amigo lobo deixou de ser meu amigo e começou a trazer-me carne envenenada e a ludibriar-me também.Nossas caminhadas juntos eram agora perseguições.Um embate entre frios olhos de inverno.
Então Ela apareceu.Sim, Ela.Aquela lá, motivadora desse blog, da outrora felicidade e das recentes lágrimas.Ela era bem bonita, mas não sabia disso.Era bem inteligente - disso sabia.O lobo logo foi por Ela atraído com uivos impassíveis de tradução.
Ela, por amor a mim jurado, adestrou meu lobinho e exilou-o no mais profundo e obscuro canto da Terra.
Eu era, então, só felicidade.Só regozijo e gozo ( mesmo que, no processo, o lupino ainda tenha dado umas mordidinhas).
Um dia, daqueles bem cinzentos que dão enxaqueca, Ela resolveu ir-se."Estou morrendo com você", ela disse.Para não morrer, jogou-me no fosso.E, advinhe, que belo filho da puta encontro no fosso?Ele mesmo.Meu lobo, meu amigo, meu voraz companheiro.
"Amigo, nem venha.Tudo fede a mim.Mate-me logo que não jogarei seus jogos", eu disse.
A resposta foi bem simples: "Não joguemos.Sejamos lobo e homem juntos.Uma mistura.Você está moribundo, não tem escolha ou vontade.Nossa união é inevitável".
De fato, amigos, a união era inevitável.Era.Hoje não é mais.
Ela, minha clara luz, não havia de ser esquecida.Tampouco o sacrificio que fez para livrar-me do canídeo.Não haveria eu de aceitar unir-me a ele.Preferi morrer.E o fiz.
Daquele lobo lá, só guardo lembrança.Da felicidade também.

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